Nota Pública: Pela Unidade na Luta pelas Cotas Trans

“Eu adoraria participar, mas minha professora disse que não vai parar por nada, e como não serão realizados piquetes, serei obrigado a comparecer.”
“Tenho uma prova na quinta, e meu professor disse que só vai cancelar se o reitor reconhecer a paralisação. Se o reitor não reconhecer, o que eu faço?”
“O professor disse que só não dará aula se impedirem fisicamente ele disso…”

Esses relatos, enviados por estudantes, refletem uma contradição preocupante: após aprovarmos democraticamente, em Assembleia Geral Estudantil, uma paralisação sem piquetes, alguns docentes insistem em desconsiderar a decisão coletiva. A estratégia escolhida foi justamente evitar confrontos e buscar conscientização, mas a postura de resistência a até mesmo esse método revela um descompasso com a urgência da pauta.

A paralisação do dia 08/maio integra uma mobilização nacional por cotas trans, política essencial para garantir acesso à educação a uma população que enfrenta expectativa de vida de apenas 35 anos no Brasil. Enquanto universidades como UnB, UFABC, Unicamp, UFRJ, UFF, Unifesp e UFMG já adotaram reservas de vagas, a USP permanece em dívida histórica. Na universidade de São Paulo, vários Institutos e Faculdades já aderiram a paralisação como: Instituto de História (FFLCH), Instituto de Relações Internacionais (IRI), Geografia (FFLCH), Ciências Sociais (FFLCH), Instituto de Matemática e Estatística (IME), Bacharelado em Ciências da Computação (FFCLRP), Ciências Biomédicas (FMRP), Direito (FDRP), Ciências Moleculares e Informática Biomédica (IBM), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF). Assembleias continuam ocorrendo hoje e amanhã em outras unidades, ampliando o apoio à causa.

A USP não é uma ilha: é parte de uma sociedade brasileira. A recusa em adiar uma prova ou suspender uma aula, em nome de burocracias, nega a dimensão política da educação e a responsabilidade social da universidade pública. É importante reconhecer que a neutralidade diante da exclusão educacional de pessoas trans é cumplicidade com a violência estrutural. A luta não é só estudantil: é por uma USP que honre seu papel público. Até quinta-feira, estaremos nas salas de aula do IFUSP, em diálogo aberto com estudantes e docentes, para explicar por que as cotas trans não podem esperar.

À comunidade do IFUSP, reforçamos: O CEFISMA se coloca e disposição ao diálogo com todas as categorias que constroem a universidade. A paralisação foi aprovada sem piquetes, com atividades político-pedagógicas nos horários das aulas, como rodas de debate sobre cotas trans, panfletagem e participação no ato unificado do DCE. A decisão é legítima e soberana, fruto de amplo debate estudantil. A ausência de apoio institucional à suspensão de aulas e avaliações fragiliza a luta por uma USP trans-inclusiva.

Você, estudante de graduação e pós-graduação do IF, converse com o CEFISMA e some na agitação pela pauta com passagens em sala e panfletagens na quarta e quinta-feira. Cobrem os docentes pedindo a suspensão das aulas.

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