Ontem, dia 15/08 às 17h, tivemos nossa primeira assembleia geral da física nesse segundo semestre. A pauta única seria a Reforma no Amélia Império, porém, devido a urgência do fator Agostina, foi aberta uma discussão sobre o que fazer frente a realidade orçamentária atual. Nesse sentido, tivemos duas pautas: (1) Agostina e; (2) Reforma do Amélia Imperio.
Pauta 1: Agostina
A primeira parte da assembleia foi dedicada à discussão sobre a festa Agostina, um evento tradicionalmente organizado pelos estudantes, mas que vem enfrentando dificuldades financeiras. A presidente da AAAGW e a tesoureira do CEFISMA abriram a discussão destacando a importância da festa para a vida acadêmica e a permanência dos estudantes, especialmente em relação ao impacto positivo que ela tem na saúde mental.
O CEFISMA apresentou uma retrospectiva financeira das festas realizadas no Morro da Coruja, que desde a pandemia não geraram lucro, enfatizando como o cenário nacional de arrocho monetário com a austeridade fiscal impõe novos desafios financeiros para as entidades estudantis. Foi destacado que as exigências de segurança da diretoria não apenas dificultam a organização de eventos, mas também contribuem para uma elitização das festas, restringindo o acesso dos estudantes. Todas as entidades reconhecem que os gastos com a segurança são indispensáveis, porém nossa crítica é relaciona a forma que se tem usado a “muleta de segurança” para elevar cada vez mais os gastos mínimos para se fazer festas na USP, tornando cada vez mais difícil fazer festas dentro da USP. Isso está gerando uma elitização das festas, o que entendemos ser parte do projeto de cercear o uso estudantil do espaço, cujo outro fator é a retiradas da administração estudantil de seus espaços históricos.
Durante a discussão, surgiram diferentes propostas sobre como proceder com a Agostina, incluindo a ideia de adiar a festa para garantir uma melhor organização e arrecadação de fundos. Após um longo debate, foi decidido que a Agostina seria adiada em um mês. Nesse período, todos os eventos culturais e financeiros organizados serão voltados para a arrecadação de fundos necessários para a realização da festa. Além disso, foi criado um grupo de apoiadores voluntários para ajudar nos preparativos.
Pauta 2: Reforma do Amélia Império
A segunda parte da assembleia foi dedicada à reforma do espaço Amélia Império, um local historicamente vinculado à mobilização estudantil. O CEFISMA fez uma abertura com uma breve contextualização da importância do Amélia, destacando que ele foi um dos dois primeiros edifícios construídos no IFUSP e que sua existência e autonomia é fruto da luta dos estudantes. Ao longo dos anos, o Amélia tem sido um espaço essencial para a vida estudantil, mas também alvo de diversas tentativas de controle e restrição por parte das diretorias do instituto e da reitoria da USP.
Foi ressaltado o papel do CEFISMA, em conjunto com outros Centros Acadêmicos, na defesa dos espaços estudantis, chegando até a mover conjuntamente um processo contra as diretorias. Hoje, o local que mais sofre com o sucateamento e os ataques à autonomia estudantil é o CRUSP, sendo nossa responsabilidade de também participar de sua defesa. Durante a abertura, apresentou-se por meio de fotos e vídeos o estado do Amélia antes e depois das reformas realizadas pelos estudantes, o que ajudou a aumentar a compreensão da importância e caráter coletivo do trabalho e o apoio dos presentes para continua-lo.
A discussão incluiu depoimentos sobre as dificuldades enfrentadas pelos estudantes para manter o espaço em boas condições, com alguns participantes destacando a importância do zelo coletivo. Foi enfatizado que, embora o CEFISMA esteja à frente da organização, a gestão do Amélia deve ser uma responsabilidade compartilhada por todo o corpo discente, através de comissões como a Comissão Amélia.
No encerramento da pauta, foi ressaltado que as reformas mais complexas e onerosas, como aquelas que envolvem não só a estrutura do edifício mas também do sistema da infraestrutura subterrânea, que são responsabilidade da prefeitura do campus e do IFUSP. No entanto, para que essas reformas sejam realizadas de forma a preservar o controle estudantil sobre o espaço, é essencial que haja uma mobilização contínua, uma vez que existe um histórico de utilizar essas reformas para tomar os espaços estudatis, como recentemente aconteceu na Medicina. Isso inclui a luta por um conselho paritário, onde estudantes e funcionários possam participar ativamente da tomada de decisões sobre o projeto e os editais relacionados às reformas.
Resultados da Assembleia
Ao final da assembleia, foram aprovadas as seguintes encaminhamentos:
- Adiamento da festa Agostina em um mês: Até lá, serão realizados eventos focados na arrecadação de fundos necessários para a festa.
- Criação de um grupo de apoiadores: Voluntários que desejam contribuir com o trabalho necessário para a organização da Agostina.
- Campanha de pressão para a tomada das seguintes medidas emergenciais:
3.1 Sombreamento emergencial no calçadão, com projeto e edital feito por comissão paritária entre alunos professores funcionários do IFUSP e do Amélia;
3.2 Sala provisória para guardar os equipamentos da Cherateria.